Autores:
Lenir Rodrigues Minghetti
Lilia Aparecida Kanan
RESUMO: A elaboração do presente artigo objetivou promover uma discussão de cunho teórico acerca do suicídio. Estudar a morte por suicídio é uma tarefa árdua e difícil, pois é um tema que gera indiscrições, especulações e expectativas e, principalmente a ansiedade do pesquisador em contribuir com o desvelar desta realidade, para expondo-la objetivamente por meio de esclarecimentos, via estudos sistemáticos e científicos para encontrar soluções que amenizem o seu impacto ou evitem a sua concretização. O suicídio, do ponto de vista psicológico, é um fenômeno desafiador para diversas correntes teóricas. Contemos de 10 a 15 idéias na cabeça e, ninguém tem muito mais do que isso no pensamento; e giramos diariamente horas e horas, em função destes 15 pontos. “O que quer dizer que depois de cinco anos de girar em torno disso, ninguém mais agüenta se ouvir”. Deste modo, o indivíduo, chega a um ponto de não agüentar mais as idéias, os pensamentos negativos e acaba com a sua dor, tirando a vida, e assim o suicídio é apensa a confissão de que a existência “não vale à pena”. Deste modo este artigo apresentará entendimentos do suicídio na visão de três correntes psicológicas: teoria psicanalítica, teoria sistêmica e existencial-fenomenológica. Como conclusão é imperativo expor que a psicologia possui recursos técnicos que podem minimizar as reincidências e o impacto social ocasionado por esta demanda.
PALAVRAS-CHAVE: Vida. Morte. Finitude. Psicologia. Existência.
Alguns recortes do trabalho:
"CONCEPÇÃO PSICANALÍTICA PARA O SUICÍDIO
Dentro de uma visão psicanalítica, o suicídio é uma situação psicótica, que pode ser
observada na dinâmica do sujeito suicida, aparecendo fantasias inconscientes primitivas que corroboram com os fatores desencadeantes do ato suicida. Segundo D’Assumpção (1984), nem toda a pessoa que tenha ou cometa o suicídio é psicótica, mesmo com a sintomatologia carregada de internações, tentativas anteriores, surtos, etc. A psicose atuaria no suicídio em determinados núcleos e componentes psicóticos de personalidade, que podem permanecer inativos e neutralizados, porém em determinados momentos emergem, de modo súbito, brusco e violento, como de modo mais lento e gradual (D’ASSUMPÇÃO et.al, 1984)."
"CONCEPÇÃO SISTÊMICA PARA O SUICÍDIO
Toda pessoa está diretamente ligada aos outros membros de sua família, sociedade e,
deste modo, os problemas individuais não teriam um sentido apenas, mas sim, uma função no
contexto mais amplo de onde surgiram. “A perspectiva sistêmica entende o comportamento
suicida como uma manifestação de um problema familiar e não exclusivamente como
resultado de uma dificuldade individual” (WERLANG et.al., 2004, p.85).
"Segundo Werlang et.al (2004), o processo que leva o indivíduo ao sofrimento
psicológico que pode culminar ou não no suicídio, pode ser resultado de uma consciência que
não encontra uma alternativa viável para livrar-se da dor. Este processo, geralmente, envolve
quatro aspectos: instabilidade familiar, angústia crescente, rompimento dos relacionamentos
sociais e insucesso nos esforços para resolução de problemas. "
"CONCEPÇÃO EXISTENCIAL-FENOMENOLÓGICA DO SUICÍDIO
Para Angerami (1997), o suicídio é hoje a expressão radical de uma crise de
despersonificação. Esta auto-agressão possui matizes incontáveis. Com seu comportamento, o
possível suicida manifesta o veredicto que decretou seu fracasso social; não existindo um
lugar para ele, por meio da morte redime seu ser da frustração de ser.
[...] a morte pode ser uma escolha. O significado dessa escolha é
diferente, de acordo com as circunstâncias e com o indivíduo (experiências subjetivas), e
muda de acordo com o movimento existencial, pois este não é estático. “Um analista
preocupa-se com o significado individual de um suicídio, que não faz parte das classificações.
A conclusão ampla que o analista pode tirar desses relatos variados é a seguinte: o suicídio é
uma das grandes possibilidades humanas” (TRIPICCHIO, 2010, p.122)."
Leia o artigo na íntegra em:
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