Trabalho de Rocha, Boris e Moreira.
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo compreender a experiência suicida a partir de um referencial humanista-fenomenológico
que propõe uma revisão conceitual da psicologia humanista de Carl Rogers a partir da fenomenologia da ambiguidade
de Maurice Merleau-Ponty. Partindo da compreensão de que a experiência vivida apenas pode ser adequadamente compreendida
em mútua constituição com o mundo, tal perspectiva fenomenológica supera a dicotomia de interno versus externo,
tão presente nos estudos sobre a subjetividade. Desta forma, a experiência suicida pode ser reconhecida como uma experiência
mundana, uma vez que não é possível compreendê-la sem sua condição de imbricação com o mundo. Foram entrevistados
seis pacientes psiquiátricos do sexo masculino que puderam descrever suas tentativas de suicídio por meio de entrevistas semiestruturadas.
Identificando como cada colaborador compreendia suas experiências suicidas, foi possível descrevê-las sem
as amarras teóricas dos estudos sobre tal tema. Pode-se perceber que a experiência suicida se caracteriza como uma vivência
de aniquilamento existencial, e reconhecer, também, que as condições culturais e socioeconômicas em torno do suicídio devem
ser sistematicamente consideradas e aprofundadas para que tal fenômeno humano possa ser melhor compreendido como
um fenômeno mundano.
Palavras-chave: Suicídio; Fenomenologia; Psicologia humanista; Carl Rogers; Merleau-ponty.
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