Perder uma pessoa querida é uma das experiências mais difíceis que enfrentamos ao longo da vida. Porém, datas especiais (como o aniversário da pessoa falecida, a data do falecimento e datas como o Dia das Mães e o Natal) podem ser momentos nos quais a saudade e a dor se intensificam ainda mais, pelas memórias afetivas que as datas trazem e por às vezes aumentar a sensação da falta que aquela pessoa nos faz.
A página Psicologias do Brasil traz algumas ideias a respeito:
Para os enlutados
Permita-se sentir a dor. Permitir talvez seja a palavra-chave. Permita-se sentir tristeza num momento em que todos estão alegres, afinal você está vivenciando a ruptura de um vínculo. Aceite seus pensamentos e sentimentos. Não tente racionalizar emoções tão fortes. Elas ocorrem porque perdemos, fisicamente, alguém que amamos, mas esta pessoa ainda está viva em nossos pensamentos e memórias. Fale das suas emoções, dos seus sentimentos e inquietudes.
Permita-se dizer não. Você não tem a obrigação de aceitar todos os convites. Faça o que for possível e o suficiente. Faça tão somente aquilo que fizer sentido para você e te trouxer um significado.
Encontre uma forma, mesmo que simbólica, de recordar o ente querido que morreu. Procure criar uma maneira, um espaço ou um momento e tempo específico para rememorar a pessoa que morreu.
Permita-se sentir alegria. Às vezes, quando estamos sofrendo, podemos ter um momento de leveza. Uma coisa engraçada acontece e nós sorrimos. Deixe a alegria e o riso acontecerem! Não repreenda a si mesmo por se sentir feliz em seu processo de luto.
Para os familiares e amigos dos enlutados
Seja compreensivo. Eu penso que o primeiro quesito quando estamos ao lado de um enlutado é que sejamos compreensivos e solidários com a dor do outro. Então, ofereça-se para ajudar com alguns afazeres típicos dessa época, tais como, por exemplo, cozinhar um prato especifico para o almoço de Natal. Esta é uma ótima maneira da pessoa se sentir acolhida e saber que você se preocupa com o bem-estar dela. Se preferir, convide esta pessoa para almoçar em sua casa.
Esteja disponível para ouvir o enlutado. Não evite alguém só porque você não sabe o que dizer. A escuta ativa dos amigos e da família é um passo importante para ajudar alguém a lidar com a dor e os sentimentos da perda. Deixe-os compartilhar suas emoções e sentimentos. É de extrema importância que o enlutado se sinta acolhido em seu momento de dor e angustia.
Enfim, o Natal será para todo o sempre diferente depois de uma perda significativa. Faz parte do processo de luto compreender as emoções que estas datas nos proporcionam e, na medida do possível, se reorganizar emocionalmente para vivenciá-las. A morte de um ente querido implica necessariamente numa profunda mudança em nossas vidas e na forma como vamos continuar a caminhada. Talvez você encontre uma nova forma de vivenciar estes momentos, pois a elaboração do luto passa pela assimilação da ausência com a celebração com aqueles que estão vivos e fazem parte da nossa existência.
"Nossas digitais não se apagam das vidas que tocamos".
Pensando em tudo isso, no último encontro do grupo de sobreviventes enlutados por suicídio do Vita Alere do ano ontem (08/12), fizemos uma caixinha muito especial: cada um dos participantes (sobreviventes e facilitadoras) colocou suas digitais na árvore da vida, arte maravilhosa da dona Regina, mãe da Elis Cornejo, que facilita os grupos da Vila Mariana comigo. Cada um de nós levou uma caixinha para casa para lembrar que não estamos sozinhos.
Os entes queridos que partiram e cada um de nós somos únicos e insubstituíveis. Cada um de nós compõe esse espaço coletivo tão rico de significado e afetos.
Nosso grupo é este lugar de acolhimento, troca, lágrimas e sorrisos, saudade e esperança, amor e gratidão.
Que nas festas de final de ano possamos respeitar os sentimentos do outro e os nossos.
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