Camus, em uma frase citada em 09 a cada 10 textos sobre suicídio, disse que este era o único problema filosófico verdadeiramente sério. Fernando Rey Puentes fez uma coletânea com textos filosóficos com argumentos contra e a favor da morte autoprovocada.
« [...] mais importante que analisar simplesmente a relevância estatística desse fenômeno, é necessário considerar com a seriedade e o cuidado devidos os indivíduos concretos, homens e mulheres, jovens e velhos que tiraram, tiram ou tentam tirar suas vidas, bem como seus familiares e amigos que diante desse fato ficam perplexos e seriamente abalados » (p. 12).
« Sócrates afirma que ‘os homens estão em uma espécie de prisão e que não devem nem se liberar nem se evadir da mesma » (p. 18).
Para Sêneca, “querer viver a qualquer custo somente para suportar a dor seria, aos seus olhos, tão estúpido quanto seria sinal de fraqueza e covardia querer fugir da dor. Apenas no caso em que essa enfermidade impossibilitasse a alguém o uso correto de sua razão, só aí efetivamente se poderia deliberar morrer » (p. 25).
« Esse ato é julgado pecaminoso por Tomás de Aquino, pois por meio dele atente-se de modo injusto contra si mesmo, contra a sociedade e contra Deus » (p. 30).
« O suicida tampouco pode prejudicar a sociedade, de acordo com Hume, pois ao resolver deixá-la, ele apenas elimina a possibilidade de poder vir a fazer um bem para ela, mas não chega a prejudicá-la. [...] Por fim, argumenta Hume, o suicídio não pode ser visto como um dano a si mesmo, pois ninguém deixa a vida quando esta vale a pena ser mantida. Logo, ao resolver dela se apartar, o suicida decide que só devemos viver felizes, não infelizes » (p. 35).
Para Farias Brito, « ao reconhecer a dor como elemento integrante da própria vida [...], a verdadeira resposta dos homens não pode ser meramente a de querer fugir da dor pelo suicídio, mas sim a de suportá-la e, ainda, a de aprender com ela » (p. 39).
« Refletir sobre o suicídio nos faz pensar na vida, na liberdade e na hierarquia de valores que adotamos em nossa existência » (p. 49).
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