domingo, 5 de janeiro de 2020

Música

“Quando a dor e a solidão finalmente se tornaram insuportáveis demais, quando eu chegara ao ponto mais extremo da dor, minhas preces foram atendidas por meio de um ato de bondade e compreensão. Um amigo ligou na hora perfeita. Ele sabia que eu estava passando por algum problema difícil, mas não sabia que naquele exato momento eu estava escrevendo minha carta de despedida em meio a lentas e dolorosas lágrimas. Eu estava preparada para partir. Eu simplesmente não conseguia mais viver com a dor constante em meu coração.

Ele insistiu que eu não tinha que falar nada. Eu só tinha que ouvir. Então, por meio de minha exaustão e lágrimas, concordei relutantemente. Pelo telefone eu o ouvi começar a tocar sua guitarra, e então as palavras ‘starry, starry night’ da canção Vincent, de Don McLean, começaram a penetrar em meus ouvidos enquanto ele cantava para mim [...]. Minhas lágrimas caíram com mais força quando associei à canção, à sua tragédia e à sua dor a doce melodia que falava do próprio sofrimento de Vincent Van Gogh. Quando ele terminou, eu continuei a soluçar. [...]
Caindo no sono naquela noite, eu estava totalmente extenuada e emocionalmente exausta. Mas reconheci que, por meio da compreensão e das boas intenções de meu amigo, uma pequena luz-guia de esperança havia pelo menos sido reacendida”.

- Bronnie Ware em “Antes de partir - os 5 principais arrependimentos que as pessoas têm antes de morrer”, p. 180-181.


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