Vi esta imagem sendo compartilhada por um aluno do Ensino Médio e entrei na página original ... como vemos nesta imagem, o post foi compartilhado mais de 2.000 vezes (e o post no Facebook teve o mesmo número de compartilhamentos).
Embora o tom seja de humor, não deixa de existir um fundo de verdade na pressão que os adolescentes encontram ao longo destes três anos: conflitos da adolescência, descoberta do próprio corpo e sexualidade, cobranças pelo bom desempenho para garantir uma vaga em um curso superior, entre outros ... e o que parecem ser as saídas possíveis: a medicalização do sofrimento ("rivoltril e calmante"); a violência contra si ou o outro ("álcool ou arma"); e a aceitação do adoecimento ("camisa de força ou lenços de papel").
Tenho participado de rodas de conversa com adolescentes e é gritante o quanto eles precisam ser ouvidos e apoiados. Será que nós, adultos, temos levado a sério as queixas que eles trazem?
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, já em setembro de 2018:
"Em todo o mundo, estima-se que 10% a 20% dos adolescentes vivenciem problemas de saúde mental, mas permanecem diagnosticados e tratados de forma inadequada. Sinais de transtornos mentais podem ser negligenciados por uma série de razões, tais como a falta de conhecimento ou conscientização sobre saúde mental entre trabalhadores de saúde ou o estigma que os impede de procurar ajuda.
Os transtornos emocionais geralmente surgem durante a adolescência. Além da depressão ou da ansiedade, os adolescentes com essa condição também podem sentir irritabilidade, frustração ou raiva excessivas. Os sintomas podem se sobrepor em mais de um transtorno, com mudanças rápidas e inesperadas no humor e explosões emocionais. Os adolescentes mais jovens também podem desenvolver sintomas físicos como dor de estômago, dor de cabeça ou náusea.
Em todo o mundo, a depressão é a 9ª causa de doença e incapacidade entre todos os adolescentes, a ansiedade é a 8ª principal causa. Transtornos emocionais podem ser profundamente incapacitantes para o funcionamento de um adolescente, afetando o trabalho e a frequência escolares. A retirada ou a separação de familiares, colegas ou comunidade podem exacerbar o isolamento e a solidão. Na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio".
Fonte: https://www.paho.org/bra/index.php…
Não basta criar um currículo escolar que prepara os jovens para o vestibular ou para o mercado de trabalho: é preciso também acolhê-los e tentar fortalecê-los para a vida. Os professores devem estar preparados para lidar com estas questões, sim! E eles também precisam de cuidado.
É necessário e urgente criar redes de cuidado em saúde mental, sim! Acompanhamento psicológico tem que ser acessível! Rodas de conversa sobre sofrimento emocional, bullying, autolesão, comportamento suicida e violência devem fazer parte do cotidiano da escola.
Compartilho mais uma vez o link para download gratuito das cartilhas que nós do Vita Alere elaboramos falando de prevenção do suicídio (uma para adolescentes e outra para pais e educadores).
- Psicóloga Luciana França Cescon
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