Em « Crocodilo », lançado neste ano, o autor traz a história de Ruy, que acaba de perder seu filho Pedro por suicídio e sai em busca de respostas.
Sinopse: "Romance vencedor do prêmio APCA. Uma narrativa singela e emotiva sobre a construção da família, da relação pai-filho e das mudanças que o amadurecimento traz para a vida de todos nós.
“Hoje, meu filho Pedro pulou da janela do seu apartamento.” Assim começa o romance de Javier A. Contreras, um relato ágil e surpreendente sobre o suicídio e a angústia dos que permanecem.
Ao contar a história dos sete dias que se seguem à morte de Pedro, o autor embarca em uma narrativa única, que aborda temas como a relação pai-filho, o caos do mundo moderno e as expectativas que nutrimos e frustramos no decorrer da vida.
Com uma linguagem moderna e de ritmo fluido, os sentimentos de Ruy, pai de Pedro, são trazidos à superfície em um misto de raiva e desolação. Ao perder o único filho, Ruy reavalia não só sua relação com a paternidade, mas com todo o mundo a sua volta".
« Hoje, meu filho Pedro pulou da janela do seu apartamento » (p. 09).
« A verdade é que nunca saberei o que aconteceu naquele fim de tarde porque o Pedro, definitivamente, estava morto. Só me restava então especular sobre toda a situação e, com isso, alimentar a chama cruel da dúvida. Um sentimento talvez ainda pior do que a própria perda » (p. 10).
« As pessoas acham que podem entender, mas não têm a menor ideia do que se passa na cabeça de um pai que perde um filho assim. Um filho que não morre. Um filho que se mata. [...]. É uma mistura de sentimentos ruins. Culpa, raiva, decepção, ressentimento, vulnerabilidade, pânico, tudo junto. O amor, nessa hora, não chega nem perto » (p. 42).
« A verdade, entretanto, é que o tempo nunca nos dá uma segunda chance. Voltar atrás não é uma opção » (p. 95).
« A cada hora, em média, noventa pessoas se suicida no mundo.
A cada dia, em média, 2160 pessoas se suicidam no mundo.
A cada semana, em média, 15120 se suicidam no mundo.
A cada mês, em média, 64800 pessoas se suicidam no mundo.
A cada ano, em média, 777600 pessoas se suicidam no mundo » (p. 105).
« As causas apontadas para o suicídio eram muitas, mas, ao mesmo tempo, generalizadas. As patologias mentais continuavam a ser a muleta dos especialistas e a depressão permanecia como a melhor amiga do suicídio. Entretanto, o cerne de toda essa dor podia ser resumido a uma só pergunta: a vida é mesmo insuficiente para aqueles que se matam? » (p. 110).
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