domingo, 1 de novembro de 2015

Suicídio: o futuro interrompido - Guia para sobreviventes

Contracapa:

"Neste livro extraordinariamente polêmico, a jornalista Paula Fontenelle conta como seu pai matou-se com um tiro; como ela própria pensou que teria o mesmo destino; e como, afinal, decidiu-se por outra alternativa: estudar por que as pessoas se matam, se é possível evitar o suicídio e o que se pode fazer para enfrentar a questão. Assim, enquanto conta sua própria história e revela dezenas de outras, todas comoventes e trágicas, ela levanta estatísticas, entrevista especialistas e, ao final, tenta responder à questão filosófica mais fundamental de existência: afinal, qual o sentido da vida? Reportagem vibrante e inesquecível, além de estudo profundo, este livro é também um guia fundamental para todos os que se interessam pelo assunto e para os que, por uma razão ou outra, precisam enfrentar essa difícil situação."

Trecho do livro:

"Diferentemente do que acontece em outros tipos de morte, após um suicídio, a tristeza demora um pouco mais para se fazer presente, ou, no mínimo, se mistura com uma série de outras emoções. É como se tivéssemos de resolver algumas questões internas antes, procurar respostas, tentar encontrar sentido no inimaginável e vivenciar a perda.
No meio disso tudo vêem as lágrimas. Você chora, pára, pensa, tem raiva, não aceita, se revolta, é consumida pela impotência, se culpa, culpa o morto e chora de novo. Por algum tempo, sua vida fica como se estivesse em compasso de espera, o corpo e a mente precisam encontrar o chão firme, mas você flutua em busca de respostas. O duro é que em grande parte elas nunca virão.
Depois que a poeira senta, a sensação que se tem é que a tristeza vem mais forte. É nesse momento que você precisa ficar muito atenta, porque a linha que separa o luto da depressão é tênue e cada um requer tratamento específico. O luto é natural, mas vai se atenuando com o tempo. Na depressão, não. O problema é que ela se mascara e nós temos a tendência de procurar justificativas para aquela angústia, a falta de ânimo para as coisas e o aperto no coração. Eu senti isso na pele." (p. 148) 
      





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