quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Suicídio Infantil

Suicídio infantil e o caso da menina de 12 anos que se enforcou para rever o pai

Do Site Contioutra  - Link no final do texto




Em outubro do ano passado o Blog PsiconlineBrasil publicou uma matéria sobre o caso da menina Maria Kilso que cometeu suicídio após a morte do pai.
 Brasil, Rússia e outros países reconhecem um aumento significativo dos índices de suicídio entre crianças e adolescentes.
Além disso, temas como bulling, psicopatia infantil e violência doméstica têm entrado cada vez mais em discussão.
A sociedade tradicionalmente concebe a criança como um ser puro, angelical e a família como sua protetora. Entretanto, é sabido que quando algo foge à regra a tendência dessa mesma sociedade é de ocultar o problema, silenciar-se ou mesmo fingir-se de cega. É como se, reconhecer o problema o tornasse maior e a família menos digna.
Nos casos de violência doméstica há o silêncio social das pessoas que sabem que a violência existe, mas não denunciam.
E, entre os familiares, mesmo sem violência física, pode haver um afastamento emocional que impede um vínculo que seja suficientemente suportivo para uma criança que está com a personalidade em pleno desenvolvimento.
Isso, é claro, sem falar da minimização de sintomas psiquiátricos em crianças que podem ser ignorados ou mesmo não tratados por falta de diagnóstico correto.
A questão é, de qualquer maneira, precisamos estar atentos aos sinais, uma vez que eles existem.
Abaixo o exemplo mencionado de um suicídio infantil e após considerações e alertas sobre o tema.
MENINA DE 12 ANOS SE ENFORCA E DEIXA RECADO DIZENDO QUE QUERIA ENCONTRAR SEU PAI NO CÉU
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Uma menina de 12 anos foi encontrada enforcada em seu quarto com um bilhete ao lado dizendo que ela queria ficar com seu pai no céu. Maria Kislo ficou arrasada com a perda de seu pai, Arek, que morreu após sofrer um súbito ataque cardíaco em 2009.
A menina foi encontrada por sua mãe, Monika, de 35 anos, que havia subido ao quarto da garota para ler uma história antes dela dormir. O recado de Maria para a mãe dizia: “querida mamãe. Por favor, não fique triste. Eu sinto tanta falta do papai, que quero vê-lo novamente.”
Monika ficou desolada, e disse que só tem forças para superar por causa do filho Michal, de 13 anos.
SUICÍDIO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

A ideação suicida é comum na idade escolar e na adolescência; as tentativas, porém, são raras em crianças pequenas. Tentativas de suicídio consumado aumentam com a idade, tornando-se comuns durante a adolescência.

Dos 6 aos 7 anos a criança encontra-se na fase do pensamento pré-lógico, com predomínio do pensamento mágico. No seu modo egocêntrico de pensar, a criança não admite a existência do acaso, já que relaciona todos os eventos a suas próprias experiências. Nesta fase, a ideia de morte é limitada e não envolve uma emoção em especial.

O pensamento mágico vai sendo substituiodo pelo raciocionio lógico e a morte para de ser vista como processo reversível e torna-se uma ideia de processo de deterioração do corpo irreversível; sem preocupação, porém com o que virá após a morte.

Aos 11 a 12 anos, há passagem do pensamento concreto para o pensamento abstrato e surge a preocupação com a vida após a morte. O jovem entra no mundo através de profundas alterações no seu corpo, deixando para trás a infância e e é lançado num contexto desconhecido de novas relações. Assim, invadido pó forte angústia, confusão e sentimento de que ninguém o entende, que está só e que é incapaz de decidir corretamente seu futuro.

Isso ocorre, principalmente, se o jovem estiver num grupo familiar também em crise, por separação dos pais, violência doméstica, alcoolismo ou doença mental de um dos pais, doença física ou morte.

O jovem que considera o suicídio como a solução para seus problemas deve ser observado de perto, principalmente se estiver se sentindo só e desesperado, sofrendo a pressão de estressores ambientai e insinuando que é um fardo para os demais.

FATORES DE RISCO

90% dos jovens apresentam algum transtorno mental no momento do suicídio (e em 50% destes o transtorno mental já estava presente havia pelo menos 2 anos). Comportamentos de risco: envolvimento em esportes radicais sem técnica e equipamentos adequados, dirigir embriagado, uso abusivo de drogas ilícitas, atividade sexual promíscua, brigas constantes e envolvimento com gangues. Baixa energia decorrente de estados depressivos leva à desesperança e ao menor potencial para geração de soluções alternativas para situações problemáticas interpessoais assim como uma menor flexibilidade para enfrentar situações problemáticas. Outro problema é considerar eventos negativos como de sua responsabilidade. Já o lado oposto e que também leva a situações de alto risco são os comportamentos impulsivos e a agressividade.

MITOS E VERDADE DE COMPORTAMENTOS SUICIDAS

MITOS

Quem quer se matar não avisa!
Um suicida quer realmente morrer?
Suicídio é covardia ou coragem?
O suicida tem que estar deprmidio?
VERDADES

80% avisam que vão se matar!
O suicida não quer morrer e sim parar de sofrer!
O suicídio é visto como uma solução para acabar com o sofrimento.
RECOMENDAÇOES AO SE AVALIAR CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE TENTARAM SUICÍDIO

Todas as ameaças de suicídio devem ser encaradas com seriedade, mesmo quando possam parecer falsas ou manipulativas. Ajudar a pessoa a avaliar a situação, permitindo que ela descubra novas soluções para seu sofrimento, explorar com ele tais soluções e orientá-lo em direação a uma ação concreta. Procurar compreender as razões pela qual a crinaça ou adolescente optou pelo suicídio como forma de lidar com seu sofrimento, não minimizando seus problemas e sofrimento. Transmitir esperança sem dar falsas garantias e não fazer promessas que não possam ser cumpridas. Romper o isolamento em que vive o jovem e abordá-lo diretamente. Expressar disponibilidade para escutá-lo sem julgamento, evitar insultos, culpabilização ou repreensões morais. Reconhecer a legitimidade do problema e tratá-lo como adulto. Avaliar a urgência do caso, verificar se as ideias de suicídio são frequentes e se o jovem apresenta meios para executá-lo. Não deixar o cliente sozinho até que as providências sejam tomadas. Desmentir o mito de que os adultos não podem mais ajudá-lo. Envolver a família.

QUESTÕES QUE AJUDAM A AVALIAR A INTENÇÃO SUICIDA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Você já se sentiu chateado alguma vez em que desejou morrer? 
Alguma vez você fez algo que sabia ser perigoso o bastante para você se machucar ou até mesmo morrer? 
Alguma vez você tentou se machucar? 
Alguma vez você já tentou se matar? 
Você, às vezes, pensa em se matar?

Fonte:

Publicado em 30 de maio de 2014.


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