domingo, 12 de julho de 2020


#EuEstou Vida Real - Carla
Muitas pessoas acham que o suicídio precisa de uma razão muito grande para acontecer. Mas isso está longe de ser verdade. A Carla é uma sobrevivente que está aqui para nos contar a sua história e como algo que pode ser banal para alguns, pode ter um peso enorme para outros.

Se você acha que não tem ninguém na sua volta que pode te ajudar, procure ajuda profissional com um psicólogo ou psiquiatra ou ligue no CVV no 188 (ligação gratuita de qualquer telefone do País) ou fale com eles pelo chat CVV.ORG.BR

#EuEstou - Foi criado por M.M. Izidoro e PC Siqueira com o apoio da Dra. Karen Scavacini (@karensca) e do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio


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domingo, 5 de julho de 2020

Sabe a empatia? Pulou da ponte hoje

"Mais um dia de Terceira Ponte fechada. Acidente? Engarrafamento? Ninguém ali sabia ainda. Sob um sol escaldante, dezenas e dezenas de carros e motos começam a se enfileirar. Alguns motoristas já desligam seus veículos e tentam ver o que está acontecendo. Rapidamente o congestionamento cria dimensões imensas sobre a rotina da cidade.
 
Policiais se aproximam. Bombeiros também. “Alguém está tentando atentar contra a própria vida”, explica um deles. “Libera uma das faixas, não tenho nada a ver com esse cara”, gritou um dos motoristas parados. Pacientemente o policial explica que isso não seria possível, já que sempre tem gente que passa gritando gracinhas, tirando fotos, falando alguma coisa. Isso poderia atrapalhar todo o trabalho dos policiais que estavam ali para ajudar o homem a sair daquela situação delicada.
 
O tempo passa e o sol não perdoa. A explicação do policial parece não ter convencido muita gente ali. O coro engrossa e começam a surgir opiniões estúpidas sobre o fato. Alguém grita que a culpa é da Dilma. Outro esbraveja que, se Bolsonaro fosse eleito, isso deixaria de acontecer. Mais um aparece e, do alto de seus setenta e poucos anos, com uma camisa do Convento da Penha e uma medalhinha de Nossa Senhora, solta um: “Tem mais é que matar esse bandido!”. Curioso, um dos bombeiros pergunta ao senhor como ele tem tanta certeza de que o sujeito é bandido. “Não sei, mas tem de matar!”, decreta, arrancando alguns gritos de apoio.
 
A operação policial para salvar um homem se transformou, a poucos metros dali, em uma espécie de minitribunal repleto de “especialistas” em psicologia, comportamento humano, gerenciamento de crise e tudo mais. A cada minuto que passava crescia o número de pessoas que votavam por uma solução “rápida e fácil” para se livrar do “problema” e seguir o fluxo. Você deve imaginar qual.
 
Toda essa polêmica, claro, veio acompanhada de inúmeras histórias de WhatsApp que brotaram como num passe de mágica, carregando várias teorias e desfechos para o caso.
 
Felizmente existe o outro lado. Uma equipe de policiais, bombeiros e outros profissionais especializados em casos assim. Passaram horas ali, conversando e argumentando. Trabalho difícil, mas extremamente necessário. Conseguiram tirar o homem da ponte com vida, que aliás para um policial ou bombeiro deve ter o mesmíssimo valor da minha ou da sua vida. Espera-se que o personagem principal da trama de hoje receba tratamento adequado e retome suas atividades.
 
Mas tem algo cada vez mais evidente: o amor ao próximo está definitivamente em falta no mercado. Nesta tarde vi a empatia pular da ponte sem olhar para trás".