domingo, 8 de março de 2020

Março, mês da mulher: Precisamos falar o feminicídio seguido de suicídio

"Matou a mulher e depois se matou". Dura, triste e trágica, essa manchete é cada vez mais recorrente em notícias sobre casos de feminicídio. E um novo levantamento, obtido com exclusividade por Universa a partir de dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019, divulgado no dia 10 de setembro, mostra que, em São Paulo, a taxa de homens que se matam após matar a mulher é de 15%".

Este é o parágrafo que abre uma matéria publicada em setembro do ano passado.


Passamos pelo Dia Internacional das Mulheres e seguimos em março, que muitas vezes é conhecido como o "mês da mulher".

Penso que uma das discussões necessárias é falar sobre o alto número de casos de feminicídio, muitas vezes seguido pelo suicídio do agressor. Chama muito a minha atenção o quanto uma parte significativa destes crimes é feita por adultos jovens, que já foram criados em uma cultura que deveria ter reforçado a igualdade entre homens e mulheres, mas seguimos com a visão estereotipada de que a mulher é propriedade do homem, ou "Se não ficar comigo, não ficará com mais ninguém".

"A palavra “feminicídio” se refere ao assassinato de mulheres e meninas por questões de gênero, ou seja, em função do menosprezo ou discriminação à condição feminina. São exemplos de feminicídio os crimes encobertos por costumes e tradições e que são justificados como práticas pedagógicas, como o apedrejamento de mulheres por adultério, relacionadas com o pagamento de dote, a mutilação genital e os crimes “em defesa da honra”; o assassinato de mulheres por seus maridos e companheiros, os estupros de guerra, a morte por preconceito racial e a morte pelo tráfico e a exploração sexual, que tratam as mulheres como objetos sexuais e descartáveis".

O documentário: " Feminicídio - A realidade brasileira" traz diferentes perspectivas sobre essa questão:

Jackeline Romio, pesquisadora, ressalta a necessidade de se estudar essas situações. "Tanto feminicídio quanto suicídio são questões de saúde pública. O fato de o homem ser vítima da própria agressividade é um efeito secundário de todo o conjunto da violência doméstica." 

De acordo com matéria publicada no G1 em 05 de março de 2020

"São 3.739 homicídios dolosos de mulheres no ano passado, uma queda de 14,1% em relação a 2018. Apesar disso, houve um aumento de 7,3% nos casos de feminicídios – crimes de ódio motivados pela condição de gênero".

Diversas culturas ainda reforçam o machismo que faz com que o homem se veja como dono da mulher. Uma ação de prevenção é discutir a masculinidade tóxica.  
Neste sentido, recomendo o documentário "O silêncio dos homens"


Nos casos de feminicídio seguido de suicídio, vemos a complexidade do comportamento suicida e podemos pensar na importância das ações de prevenção que considerem os aspectos sociais, culturais e emocionais para modificar esse cenário.

E você, o que pensa sobre esse tema?

Nenhum comentário:

Postar um comentário